Nada melhor para uma mãe do que ver seu filho correndo pela casa e cheio de saúde. É por isso que entendo como deve ser angustiante vê-lo “amuadinho” num canto e dar de caro com aquilo que te faz tremer da cabeça aos pés: seu filho está queimando em febre!
Por mais preocupada que você esteja, é importante manter a calma. Não só isso; é preciso prestar atenção nos demais sintomas que quase sempre aparecem antes de introduzir qualquer tratamente medicamentoso. Não, eu não quis dizer que é pra deixar a febre passar sozinha.
“Se a criança estiver ativa, brincando e disposta, quando a temperatura baixa, em geral, não é nada grave. Já aquela que não se sente bem o tempo todo, fica irritada, chorosa, geme, mesmo quando a febre cede, precisa ser cuidadosamente avaliada pelo médico”, explica o pediatra Cid Pinheiro, do Hospital São Luiz (SP).
Outro grande erro que preocupa muitos médicos é quantidade de medicação dada em dosagens totalmente equivocadas. Mamães, a dosagem do medicamento deve ser de acordo com o peso e a idade de seu filho.
Febre é um sintoma e não uma doença
Mas, afinal, o que é a febre? Primeiramente, a febre está longe de ser uma doença. Ela é um sintoma que mostra que algo não vai bem no organismo da pessoa. Essa alteração de temperatura é resultado das substâncias liberadas pelo sistema imunológico da criança ou pessoa na tentativa de defender o organismo de algum vírus ou bactéria.
As causas mais comuns da febre, são associados às infecções: como gripe, pneumonia, otite. Além dessas, as infecções urinárias, intestinais e a famosa “virose” também causa esse sintoma.
Vale lembrar que uma temperatura só é considerada febre quando estiver acima de 37,5ºC ao ser medida na axila e, acima de 37,3ºC se a medição for feita pela boca ou pelo reto.
Sintomas de febre
Perceber que seu filhote está com febre é mais fácil do que parece. As criançãs costumam ficar com o rosto mais vermelho, respirar mais rápido que o normal, além de sentir muito frio, ficar abatido e, em alguns casos, sentir o coração acelerado. Além disso, é comum se queixarem de dores de cabeça e nos músculos.
Pra saber exatamente se o que seu filho esta com febre ou não, nada melhor que o bom e velho termômetro de temperatura. Antigamente o único disponível era o de mercúrio. Bastam 3 minutinhos com ele embaixo da axila e pronto.
Agora temos a opção dos termômetros digitais que são precisos e não precisam de tempo para mostrar o resultado. Mas, os médicos ainda preferem o termômetro de vidro convencional. Eles afirmam ser mais precisos que os digitais.
Você fez a medição e seu pequenininho está com febre. Bem, muito cuidado com medicações, ok? Antes de mais nada, procure orientação médica. Como sei que essa recomendação antiga quase nunca é cumprida, siga o seguinte critério antes de entrar com medicações para baixar a febre: a temperatura precisa estar acima de 37,8 e o estado físico do seu filho precisa “pedir” um tratamento.
O medicamento (antitérmico como paracetamol), ao contrário do que pensamos, não objetiva normalizar a temperatura corporal da criança e sim, aliviar o mal-estar provocado pela febre. Caso contrário, espere que o médico decida o que fazer. “Há crianças que com 37,6ºC já ficam abatidas e com mal-estar.
Nesses casos, não há por que esperar subir mais para medica-la”, explica Cid.
Sabe aquelas dicas da sua vó que recomenda dar banhos com água e álcool ou colocar compressas embebidas com álcool na testinha da criança? Nem pensar!
O que pode acontecer é seu filho inalar a substância e piorar ainda mais, desenvolvendo uma reação alérgica. Se você o medicou, espere. A ação do medicamento leva de 30 a 40 minutos.
Febre e convulsão
Um outro grande medo é o risco de convulsão nas crianças. Isso acontece quando a temperatura corporal sobe muito rápido, o que acontece entre os primeiros 6 meses até os 6 anos de idade.
Alguns sintomas como rigidez de braços e pernas, além de tremos, são características de um quadro convulsivo. Corra pro hospital imediatamente se notar que a medicação não surtiu efeito após os 40min. para evitar um quadro convulsivo. Caso já tenha ocorrido, procure manter a calma (mesmo que pareça impossível).
A crise constuma ter de 1 a 2 minutos (que para você nunca passam) e felizmente não costuma deixar sequelas. O que você pode e deve fazer é deixar a criança o mais confortável possível, deitada com a cabeça um pouco elevada para que a respiração fique mais fácil. De qualquer forma, acho que correr para o pronto-socorro é o mais indicado.
As convulsões costumam acontecer uma única vez e atinge um pequeno número de pessoas. O fator genético é um grande precursor. Caso saiba de históricos na família, o ideal é medicar logo a criança, assim que começar o quadro febril, para evitar um episódio de convulsão.
A melhor forma para medicar o pequeno com febre, é pedir ao médico que prescreva o remédio em mililitros. Assim, com o uso de uma seringa ou copo dosador, você mede com exatidão a quantidade recomendada. Há também os medidores à venda nas farmácias.
Só evite usar colheres que podem mascarar a dosagem. Ah!, e nada de pingar o remédio com conta gotas diretamente na boca da criança; sempre vai sair uma ou duas gotas a mais (o que pode ser muita coisa em certos casos).
ATENÇÃO: Se a criança tiver idade entre 6 meses até 3 anos, nada de esperar. Leve ao centro médico de urgência o mais rápido possível.