“Ah! como seria bom se eles nunca tivessem crescido!”. Essa é uma expressão que ouço quase diariamente de mães que lembram com saudades da época em que seus filhos mal sabiam andar, sendo totalmente dependente delas. Acho natural, afinal, toda mãe que eu conheço vêem seus filhos marmanjos como eternos bebês e, posso ser sincera? Acho que vou ser uma dessas!
Querendo ou não, a fase da dependência dos pais passa e, em poucos anos é chegado um dos períodos que, em minha opinião, é o mais complicado do desenvolvimento de uma pessoa; a adolescência.
Entre 14 e 18 anos, um turbilhão de mudanças físicas e emocionais acometem a vida de seu filho que está no chamado “meio termo”. Ele não é criança, mas também não é um adulto. Imagina como fica a cabeça dele! É por estar nessa fase intermediária que, ele tende a se sentir incompreendido e diferente. Seus hormônios estão à tona, causando alterações intensas em todos os sentidos de sua vida , além das inúmeras dúvidas.
Como se não bastassem tantas alterações,é na adolescência que seus filhos acham que são donos do próprio nariz, podendo decidir tudo sozinhos. Em algumas situações eles agem dessa forma apenas por terem vergonha do que sentem. O resultado em ambas as situações é uma só: distanciamento dos pais. O quarto deles é o paraíso particular, onde se refugiam de cobranças e controlações dos pais. Dessa forma, se você viu nessa cena o seu filho (a), saiba como se aproximar desse ser em constante e intensas mudanças. E, acredite: é o que ele mais quer!
Como se aproximar do filho(a) adolescente
Comece por uma conversa sincera e pacífica, nada de imposições ou gritos, isso é justamente o que ele teme. Surpreenda-o com um tom amigável, mostrando que se importa e está realmente preocupado com ele. É importante dizer a seu filho que ele pode contar com você para o que der e vier. Ele precisa ver mais que pai e mãe; precisa ver em vocês, amigos de verdade.
Procure deixar claro em sua conversa todos os pontos relevantes numa fase como essa como, por exemplo, questões sobre a sexualidade e a consequência de atos impensados e proibidos. Mas, cuidado para não se impor ao invés de dialogar; isso afasta ele completamente e dificilmente você conseguirá nova oportunidade de conversa.
Uma boa maneira de abordar questões delicadas assim é contando suas próprias experiência como adolescente. E, isso inclui as boas e más, sem exceção. É importante que ele saiba que seus pais são passíveis ao erro e já fizeram escolhas erradas que também tiveram suas consequências.
De forma alguma minimize os sentimentos do seu filho. Procure ouvir de forma atenta e não dizer o que fazer, só porque acha que “isso ou aquilo” é errado ou que ele não tem experiência suficiente para viver. É importante que ele viva e resolva sozinho as situações e tire suas próprias conclusões. Mas, não deixe de dar algumas dicas, que não fazem mal a ninguém, não é?
A desconfiança é um terreno perigoso para pais que querem se aproximar de filhos adolescentes. Por mais que eu saiba como deve ser difícil ver o seu eterno bebê crescer diante dos seus olhos, você deve confiar na educação que lhe foi dedicada esses anos todos. Confie em seu filho, mostre a ele que além de pais e filhos, vocês são amigos que podem contar e confiar no outro.
Isso não quer dizer para fechar os olhos caso perceba situações erradas e imcompatíveis com as regras da casa e de convivência. É preciso deixar claro que toda ação tem consequências e quais são elas dentro de casa.
No mais, resumo tudo o que foi tratado no artigo com uma simples e essencial ferramenta nessa fase: Diálogo. Esse é o melhor caminho para que se aproxime de seu filho adolescente, seja para orientá-lo ou mesmo para policía-lo.
De forma autoritária e rude, você vai piorar ainda mais a situação e deixá-lo mais confuso e isolado em seu mundinho. Ele precisa de você e, mais que isso: precisa saber que pode contar com você.
