A notícia da gravidez mal foi comunicada aos parentes e amigos e lá estão os tios babões e amigos mais queridos “se elegendo” ao posto de madrinha e padrinho. Cena batida, não? Nada mais natural, afinal, até onde eu sei os padrinhos são aquelas pessoas escolhidas pelos pais da criança, tendo em vista a ligação positiva que têm com vocês e, claro, o carinho pelo bebezinho que está sendo gerado. Mas, eu venho notando que não é bem isso que está acontecendo ultimamente.
Durante a reunião para o batizado do meu irmão mais novo, o Padre Daniel explicou que: padrinhos e madrinhas de batismo devem ter em mente que serão responsáveis, assim como os pais, a dar conselhos e mais do que isso, encaminhá-los na vida religiosa segundo os mandamentos da Biblía. Mais ainda: caso exista ausência de um dos pais ou de ambos, é responsabilidade dos padrinhos assumir as rédeas da educação social e moral da criança, além de auxílio financeiro quando necessário.
Se for observar pelo ângulo monetariamente falando estou devendo! O lado educativo é difícil porque moramos distantes e ele é criado pela mãe, longe de mim, sendo assim poderia haver um “conflito” se eu palpitar na educação. Resultado? Eu deveria ter pensando mais antes de aceitar o convite.
Era muito menina (18 anos) e nem tinha noção do que eu queria da vida, fui na ansiedade e aceitei. Lógico que amo meu irmão mas, somos filhos de pais diferentes e minha relação com a mãe dele não é boa. Ou seja, eu errei em aceitar o pedido e eles erraram mais ainda em me dar o menino para ser batizado simplesmente por ser meu irmão. Certo? Não, acho que não. Sempre que há uma “brecha” eu estou lá me metendo e fazendo o que posso e, caso seja necessário, vou assumir as rédeas de sua criação mas, felizmente, não será necessário.
Diferente de meu caso onde batizei meu próprio irmão, para ter um desejo satisfeito pelo meu pai e também pelo amor que senti desde soube que teríamos um menino na família, muitos casais infelizmente não levam em conta o grau de parentesco e, mais importante ainda; não consideram as qualidades, o caráter e o amor capaz de ser dedicado à criança depois que nasce, tudo isso deve ser levado em consideração.
Escolha dos padrinhos
Os padrinhos de batizado cada vez mais são escolhidos para agradar o amigo (a) do esposo (a) sem o comum acordo do casal, pela “promessa” que você fez a sua amiga quando eram crianças (sem comentários!) e, quase sempre, pela estabilidade financeira que a pessoa possui. Isso mesmo, muita gente escolhe os padrinhos de seus filhos pelo número de zeros que possuem em sua conta bancária.
Desculpe quem não concorda, mas esse é meu pensamento e o que tenho visto o tempo todo. Vai dizer que você mesma nunca falou ou ouviu a clássica frase: “Não dá nada pro menino.Isso porque é madrinha!”
Além do interesse financeiro, um erro fatal e muito, muito injusto é o da confusão de papéis. Duvido que você nunca tenha ouvido ou visto de um pai ou uma mãe que as crianças também são responsabilidades deles e qualquer problema em casa, empurram para eles. Como assim?
Gente, vamos separar bem as coisas. Pais são pais e cabem a eles a função de educar, impor limites e sustentar seus filhos. Nenhum padrinho ou madrinha por mais que amem seus afilhados têm a obrigação de sustentar os afilhados, ou intervir diretamente na sua educação, a não ser que a situação exija ou quando há ausência dos pais.
Vamos pensar bem nos critérios que utilizamos para escolher os padrinhos e madrinhas de nossos filhos. Será que você os escolheu tendo como base o amor, o caráter, a índole de cada um ou pensou logo no que ele poderá dar “em troca” quando seu filho nascer? Será que você escolheu os padrinhos porque são um casal fofinho que vai sair nas fotos ou porque sabe que essas pessoas mesmo estando longe sente afeição carinho e amor por seu filho(a), e que numa hora de necessidade ou sua ausência estarão lá?
Quando somos chamados para padrinhos é uma honra, sinal de amizade, consideração e principalmente pelo amor que sentimos pelo bebê que veio ou esta por vir.
