O herpes neonatal é uma infecção grave causada pelo vírus do Herpes Simples – VHS, que pode acometer os bebês recém-nascidos, embora sejam relatados poucos casos desta doença em bebês.
Ele pode ser adquirido de duas formas distintas, que são conhecidas como VHS-1, transmitido ao bebê após o nascimento; e também VHS-2, que é transmitido ao bebê durante a gestação ou na hora de seu nascimento.
E em ambos os casos a doença é grave e deve ser tratada prontamente, pois pode causar inúmeros problemas de saúde, e em alguns casos até levar o bebê a óbito.
Transmissão do herpes neonatal
A transmissão do herpes neonatal ao recém-nascido pode acontecer em alguns casos bem específicos, que estão divididos em dois tipos, como falamos anteriormente:
O primeiro tipo é o VHS-1, que é caracterizado pela transmissão do vírus do herpes ao recém-nascido, que nos primeiros meses de vida ainda não tem seu sistema nervoso central, e seu sistema imunológico bem desenvolvido, o que facilita a transmissão da doença.
E o contágio se dá através do contato com pessoas próximas da família, que sejam portadores da doença e estejam exacerbadas (apresentando sintomas). Ela também pode ser transmitida como uma infecção hospitalar ao recém-nascido.
No segundo tipo, que é o VHS-2, a transmissão do herpes ao bebê pode acontecer ainda no período gestacional, em geral durante o terceiro trimestre da gravidez.
Mas este contágio pode acontecer bem antes, caso a mãe tenha contato com o vírus durante a gestação, ou seja, se torne portadora da doença. A transmissão ao bebê também pode acontecer no momento do parto, ou mesmo na hora da amamentação.
Sintomas do herpes neonatal
O herpes neonatal é uma doença difícil de diagnosticar, pois a manifestação de seus sintomas em recém-nascidos pode levar até 15 dias, dependendo do tipo da doença; e muitos destes sintomas são confundidos com outras doenças. E seus sintomas são divididos em algumas categorias:
Sintomas da infecção intrauterina: Pode causar má formação congênita, lesões neurológicas, oculares e viscerais, e também defeitos no tubo neural. E apresentar os seguintes sintomas:
• Retardo do crescimento intrauterino;
• Prematuridade;
• Lesões cerebrais;
• Má formação cardíaca;
• Lesões de pele;
• Lesões oftálmicas;
• Retardo psicomotor;
• Pneumonite;
• Instabilidade térmica.
Sintomas da infecção adquirida: Acontecem durante o parto ou na fase pós-parto, e podem afetar o cérebro, pulmão, fígado, glândulas adrenais, olhos, pele e boca. Seus principais sintomas são:
• Anorexia;
• Vômitos;
• Irritabilidade;
• Glossite herpética;
• Esofagite;
• Crises de apneia;
• Cianose;
• Convulsões;
• Insuficiência respiratória;
• Meningoencefalite grave;
• Diátese hemorrágica;
• Hepatoespelnomegalia;
• Icterícia grave.
Sintomas de doença localizada: Doença que pode acometer pele, olhos e mucosas, e em alguns casos pode causar o comprometimento do sistema visceral e também do sistema nervoso central. E seus principais sintomas são:
• Letargia;
• Irritabilidade;
• Crises convulsivas;
• Fontanela abaulada;
• Instabilidade térmica;
• Crises de apneia;
• Alterações do trato piramidal;
• Encefalite;
• Tremores;
• Perda dos reflexos de sucção e deglutição;
• Choro bem intenso;
• Hemorragias;
• Infecções da orofaringe, que podem causar feridas na língua e na boca, com ou sem a presença da doença aparente;
• Lesões oftálmicas;
• Manifestações e lesões cutâneas, que podem acometer olhos, boca e pele.
Diagnóstico do herpes neonatal
O diagnóstico do recém-nascido pode ser feito em vários procedimentos, que incluem:
• Histórico da doença presente na mãe ou em alguém da família que tenha tido contato com o bebê;
• Exame físico no recém-nascido;
• Exame clínico;
• Exames oftalmológicos;
• Exames de sangue;
• Cultura ocular;
• Pesquisa de anticorpos específicos da doença;
• Cultura de VHS nas lesões da pele;
• Raio-x de tórax;
• Tomografia encefálica;
• Ultrassonografia do crânio;
• Exame de EEG, que é realizado quando há suspeita de lesões neurológicas.
Tratamento do herpes neonatal
E os exames para diagnóstico do herpes neonatal devem ser feitos o quanto antes, para que o tratamento seja feito de forma mais eficaz. E assim que os sintomas são identificados, o tratamento do recém-nascido deve ser iniciado prontamente, podendo ser necessário deixar o bebê na UTI neonatal, quando ocorrem graves comprometimentos em sua saúde.
Este tratamento pode ser específico, que é feito com o uso de antivirais, que vão ajudar o organismo no combate da doença, ou com o tratamento sintomático, aonde são tratados cada sintoma, conforme eles vão se manifestando.
Nos casos aonde as lesões são aparentes, o bebê deve ficar em isolamento, para que não ocorra à disseminação da doença, que acontece nos primeiros dias em que aparecem as lesões vesiculares, que contem alta concentração do vírus.
Prevenção da doença
O herpes neonatal é uma doença que pode ser prevenida, quando ela é transmitida como uma infecção fetal. Nestes casos o médico poderá receitar os remédios para tratamento da doença durante o período pré-natal, reduzindo os riscos da transmissão ao seu bebê.
E outra recomendação é que a mãe portadora da doença não amamente seu bebê, para evitar o risco de transmissão da doença.